Lesão do bíceps no cotovelo
O músculo bíceps braquial, recebe esse nome pois tem duas origens em dois pontos distintos da escápula (omoplata). Cada uma dessas partes recebe o nome de cabeça, dessa forma o bíceps possui duas cabeças: a cabeça longa, que se prende no interior do ombro numa região chamada glenóide e a cabeça curta que se origina uma proeminência óssea chamada processo coracóide. Apesar de possuir duas origens, o bíceps apresenta uma inserção única no antebraço no osso rádio, mais especificamente na sua tuberosidade que fica próxima ao cotovelo.
O senso comum, nos leva a crer que o bíceps tem como principal função a flexão (dobrar) o cotovelo, no entanto, ele é responsável por apenas 30% da força de flexão, e tem na verdade, uma grande importância no movimento de supinação que é o movimento de torcer o antebraço virando a palma da mão para cima.
As lesões do bíceps acometem principalmente a cabeça longa (que nasce dentro do ombro) e com menor frequência a sua inserção próxima ao cotovelo. Embora sejam menos frequentes, as lesões do bíceps distal são muito mais incapacitantes por gerar uma perda de força considerável tanto na flexão quanto na supinação do antebraço.
A ruptura do bíceps distal em geral ocorre durante a contração excêntrica do cotovelo, ou seja, o movimento de esticar o cotovelo usando o bíceps para desacelerar, típico dos exercícios de rosca direta na academia, ou durante um movimento brusco de extensão do cotovelo contra resistência.
Como é feito o diagnóstico da ruptura do bíceps distal?
O diagnóstico em geral é feito baseado na história clínica (mecanismo de trauma) e exame físico, pois o tendão do bíceps distal pode ser facilmente palpado, e sua ausência indica a lesão. Além disso a lesão costuma cursar com uma deformidade que causa a perda do contorno do bíceps na parte da frente do braço e em geral apresenta uma equimose (roxo) na mesma região. O diagnóstico pode ser confirmado através de exames de imagem como a ultrassonografia e idealmente a ressonância magnética.
Como é o tratamento para a ruptura do bíceps distal?
Diferente das lesões do bíceps proximal, no ombro, as lesões da porção distal são de tratamento majoritariamente cirúrgico, pois cursam com uma importante perda de força, causando alterações funcionais significativas. O tratamento conservador é reservado para pacientes com baixa demanda ou com condições que contraindiquem o procedimento.
Como é a cirurgia para o tratamento da ruptura do bíceps distal?
A cirurgia consiste em reinserir o tendão rompido de volta a sua posição nativa. Existem diversas técnicas, cada uma com seus prós e contras, sendo a indicação a preferência e experiência do cirurgião, porém em geral, todas cursam com ótimos resultados tantos funcionais quanto estéticos.
Comentários