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  • Foto do escritorBruno Akio R. Matsumura

Lesão do Bíceps Proximal

Lesão da cabeça longa do bíceps

 
Anatomia do bíceps
Anatomia do bíceps

O músculo bíceps braquial, recebe esse nome pois tem duas origens em dois pontos distintos da escápula (omoplata). Cada uma dessas partes recebe o nome de cabeça, dessa forma o bíceps possui duas cabeças: a cabeça longa, que se prende no interior do ombro numa região chamada glenóide e a cabeça curta que se origina uma proeminência óssea chamada processo coracóide. Apesar de possuir duas origens, o bíceps apresenta uma inserção única no antebraço no osso rádio, mais especificamente na sua tuberosidade que fica próxima ao cotovelo.


O senso comum, nos leva a crer que o bíceps tem como principal função a flexão (dobrar) o cotovelo, no entanto, ele é responsável por cerca de 30% da força de flexão, e tem na verdade, uma grande importância no movimento de supinação que é o movimento de torcer o antebraço virando a palma da mão para cima.


As lesões do bíceps acometem principalmente a cabeça longa (que nasce dentro do ombro) e com menor frequência a sua inserção próxima ao cotovelo.


As lesões da cabeça longa causam principalmente dor na região do ombro. Essas lesões raramente acontecem isoladamente, e em geral estão acompanhadas de alterações nos tendões do ombro (manguito rotador). Elas podem ser classificadas como tendinites (a inflamação do tendão), lesões parciais (que acometem uma parte do tendão mas não chegam a rompê-lo) ou lesões completas (a ruptura do tendão). Além disso as lesões podem acometer diferentes regiões do bíceps, na porção articular (dentro do ombro) ou na região extra-articular, chamada de goteira ou deflexão (saída do ombro para o braço), o que pode modificar a forma como é realizado o tratamento.


Como é feito o diagnóstico?


O diagnóstico, como na maior parte das lesões do ombro, é realizado a partir de um história clínica compatível com os sintomas, reforçada por exames clínicos (testes especiais que o ortopedista realiza examinando o paciente) e por último confirmada através de exames de imagem, que podem ser a ressonância magnética ou a ultrassonografia. Nos casos em que existe a ruptura completa do tendão pode-se formar uma deformidade característica no braço, chamada de sinal do Popeye (Se você tiver menos de 35 anos provavelmente não irá entender essa referência...).


Como é o tratamento das lesões do bíceps proximal?


O tratamento das lesões mais leves (inflamação e lesão parcial), via de regra, é conservador, com fisioterapias e reequilíbrio muscular, desde que não exista uma lesão dos tendões do ombro (manguito rotador) com indicação cirúrgica associada. Nas lesões completas, em que a deformidade é inaceitável, ou há perda importante da força e/ou da resistência, ou nos casos, mesmo mais leves, mas com dor refratária, o tratamento de escolha é a cirurgia. É importante frisar que mesmo nas rupturas completas é possível uma função adequada e sem maiores sintomas dolorosos, ou seja, a lesão completa por si só não é indicativo de cirurgia.


Como é a cirurgia para correção da lesão do bíceps proximal?


O tratamento cirúrgico das lesões do bíceps no ombro, em geral, consiste numa técnica chamada tenodese, que nada mais é do que a ressecção da porção machucada do tendão e a fixação do tendão em um outro local do ombro. Em alguns casos selecionados é indicado um procedimento chamado tenotomia, que é somente a secção do bíceps sem a fixação. Existem inúmeras técnicas para a realizar a fixação do tendão, variando a posição da fixação e o tipo de implante utilizado. Os procedimentos podem ser feitos através da artroscopia (cirurgia por câmera) ou de maneira aberta a depender da lesão, indicação e preferencia do cirurgião.

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