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Foto do escritorBruno Akio R. Matsumura

Síndrome do Impacto - Tendinite e Bursite

Atualizado: 19 de jul. de 2020


 
Anatomia da região do ombro

Consideradas por muitos como fator causal para as dores nos ombros, as tendinites e bursites são na verdade consequências de alterações que ocorrem durante a movimentação do ombro e que tem como desfecho a dor. Mas antes de tudo é preciso entender o que são e para que servem essas estruturas. A palavra bursa significa bolsa. A bursa é uma bolsa serosa que tem com principal função permitir um melhor deslizamento dos tendões. Existem bursas em diversas partes do nosso corpo, e a bursite nada mais é que a inflamação dessa bolsa. Já o tendão é a estrutura que conecta os músculos aos ossos. Quando a musculatura se contrai, traciona o ossos através dos tendões gerando o movimento. A inflamação dos tendões é chamada de tendinite. A bursa e os tendões do ombro apresentam um íntimo contato, portanto não é raro as duas patologias acontecerem simultaneamente.

Mas por que a bursa e os tendões inflamam?

Existem inúmeras causas para a bursite e tendinite, mas raramente são causas isoladas. Geralmente são alterações conjuntas como: traumatismos recorrentes, movimentos ou exercício repetidos, predisposição genética e alterações anatômicas ósseas do ombro. No entanto, a causa mais comum das bursites e tendinites é uma patologia conhecida com Síndrome do Impacto.

Tipos de acrômio

A Síndrome do impacto é uma patologia causada pela colizão entre a borda lateral do acrômio e a borda lateral da tuberosidade maior do úmero quando elevamos o braço acima de 90 graus, e ocorre de forma mais intensa em indivíduos que apresentam uma alteração na conformação do acrômio. Nesses indivíduos o acrômio é mais "pontudo" devido a um esporão, o que predispõem ao impacto.

Entre o acrômio e a tuberosidade maior encontram-se o tendão supra-espinal e a bursa subacromial, as duas estruturas mais afetadas pelas bursites e tendinites do ombro. Isso explica a correlação entre as duas patologias.

Caso não seja tratada ou se for tratada inadequadamente, a síndrome do impacto pode gerar um processo inflamatório crônico que a longo prazo favorece a degeneração das fibras dos tendões culminado com a lesão (ruptura) dos mesmos, essa patologia é conhecida como lesão do manguito rotador.

Ressonância magnética com bursite

Como é feito o diagnóstico da Síndrome do Impacto, bursites e tendinites?

O diagnóstico a princípio é clínico, através de uma história e exame físico detalhado e minucioso. O diagnóstico pode ser confirmado e outros diferenciais afastados com o uso de exames de imagem. A radiografia para avaliação da conformação do acrômio e para avaliação dos tendões e bursas pode ser utilizado a ultrassonografia ou a ressonância magnética.

E como prevenir a Síndrome do impacto?

A prevenção se faz de forma bastante simples:

- Evitar movimento repetitivos e de carga acima de 90 graus, ou seja, acima da altura dos ombros.

- Fortalecer e alongar a musculatura dos ombros, em especial aqueles denominados manguito rotador. O equilíbrio das forças exercidas pelos diversos músculos do ombro mantém o movimento da articulação harmômico e diminui a chance de impacto.

- Melhora global da postura. Como mencionado em outro post, o desbalanço da musculatura e da posição da escápula também é causa de dores

Qual é o tratamento para a Síndrome do impacto?

Fisioterapia para fortalecimento do ombro

O tratamento da Síndrome do impacto visa inicialmente reduzir a dor e inflamação local, com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios (por via oral ou através de injeções) e meios físicos. Juntamente com o controle dos sintomas é necessário reestabelecer o equilíbrio das forças atuantes no ombro, através de fisioterapia e exercícios que visem o alongamento e fortalecimento dos tendões e músculos. Existe ainda a opção de realizar infiltrações naqueles casos que permanecem sintomáticos após as medicações habituais e fisioterapia, ou naqueles nos quais a inflamação é muito intensa não permitindo o início da fisioterapia. É importante pontuar que a fisioterapia é um tratamento individualizado e o plano terapêutico deve ser traçado baseado nas demandas de cada indivíduo. Na grande maioria dos casos o tratamento conservador (medicações e fisioterapia) são suficientes para controle dos sintomas e o retorno as atividades desejadas.

Nos casos em que o tratamento conservador, mesmo que realizado de forma correta, não obtém resultados satisfatórios é indicado o tratamento cirúrgico. A cirurgia é realizada através de artroscopia, e consiste na ressecção da bursa inflamada e do esporão do acrômio.

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